GDC: Pais desenvolvem jogo para homenagear filho vítima do câncer

 
É bastante comum se emocionar com um filme ou um seriado, mas você já chorou ao jogar um videogame? Durante a Game Developers Conference (GDC), em San Francisco, era comum ver pessoas com lágrimas nos olhos ou mesmo em prantos após experimentar a demonstração de "That Dragon, Cancer", um jogo independente criado pelo norte-americano Ryan Green.

"That Dragon Cancer" é baseado na experiência de Ryan com seu filho Joel que, com um ano de idade, foi diagnosticado com câncer terminal. De acordo com os médicos, ele teria apenas mais alguns meses de vida. Impactado pela notícia, junto com Amy, a mãe de Joel, e Josh, um amigo da família, Ryan, que já trabalhava com criação de jogos, resolveu registrar os altos e baixos do tratamento na forma de uma aventura extremamente emotiva.

A ideia conquistou, literalmente, milhares de pessoas: através do Kickstarter, uma ferramenta de financiamento coletivo, 3.867 pessoas doaram um total de US$ 104.491 para a criação de "That Dragon, Cancer", que em 2015 será lançado para PC.

Joel superaria as estimativas dos especialistas, mas sucumbiria ao câncer em março de 2014. Àquela altura, "That Dragon, Cancer" já estava sendo desenvolvido há um ano, e uma fiel comunidade acompanhava o desenrolar da saga de Joel através das atualizações da página do game ou do blog mantido por Amy.

"Às vezes jogamos pra nos divertir, às vezes para sobreviver", responde Ryan, quando perguntado porque decidiu criar "That Dragon, Cancer". "O jogo que está aí é bem diferente daquele de quando começamos, mas a intenção continua sendo oferecer às pessoas uma pequena janela sobre como era Joel, dar a oportunidade de interagir com ele, de ouvir sua voz e amá-lo mesmo que um pouquinho só".

Seja explorando um parquinho junto a Joel, ou o saguão de um hospital ao lado de Ryan e Amy, enquanto o casal recebia do médico a notícia sobre o câncer do filho, o game é uma aventura nada convencional. Em vez de quebra-cabeças, o jogador habilita memórias, pensamentos e até experimenta os momentos felizes e de esperança na luta do garoto contra o câncer.

"Ano passado, quando deixamos San Francisco [a família mora na cidade da Califórnia] para tentar um tratamento que acabaria não funcionando, fomos a um estúdio e gravamos brincadeiras e conversas com Joel" lembra Ryan. "Foi um dos últimos registros de como ele era".

Por conta da doença, o desenvolvimento intelectual de Joel cessou por volta dos 18 meses, e o garoto nunca se deu conta da obra dos pais. Porém, para os doadores que contribuíram com quantias a partir de US$ 40 ou além, foi permitido enviar a foto ou pintura de um parente que enfrentou uma situação parecida, e estas serão exibidas na sala de recuperação do hospital, um dos cenários de "That Dragon, Cancer".

"Todo pai já passou por um momento de levar seu filho ao hospital, seja pela problema mais banal, como uma febre, apenas pela vontade de vê-lo melhorar. Mas às vezes você não tem esse poder, e experimenta uma sensação de impotência. Espero estabelecer uma ligação com esses pais num nível emocional e espiritual", diz Ryan.

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