Pela primeira vez, garota entra para equipe profissional de LoL no Brasil

Em um meio predominantemente masculino, a presença da estudante Geovana Moda, de 19 anos, na lista de inscritos para o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) 2015 chama a atenção. Ela é a primeira mulher a fazer parte de uma equipe profissional de League of Legends, ao lado de homens, no Brasil.

 Natural de Valparaíso, interior de São Paulo, e conhecida no universo de Summoner's Rift - o lúdico mapa onde são disputadas as partidas virtuais - pelo nickname Revy, a estudante de Piscologia entrou para a reserva da KaBuM.Black e está à disposição do time na principal competição do País, que começa no próximo dia 23 e será concluída em 1º de agosto com um confronto no estádio Allianz Parque. O campeão do torneio terá a chance de defender as cores verde e amarela no Campeonato Mundial.

Revy começou a jogar League of Legends, a modalidade de e-sport mais popular da atualidade, em outubro de 2012 e nunca imaginou que chegaria a uma equipe profissional, ainda mais do quilate da KaBuM. Quando recebeu o convite da organização, pensou até se tratar de uma brincadeira.


"Eu nunca tive a intenção e nem o sonho de ser do competitivo, sempre joguei por diversão", conta Revy em entrevista exclusiva ao MyCNB. "Quando a ficha caiu que estavam falando sério, inicialmente eu não aprovei muito. Para mim, eu não sou boa o suficiente. Eles confiam mais em mim do que eu mesma. Só que, depois de um tempo, eu comecei a gostar da ideia e acabei aceitando de vez", afirma, ressaltando que não joga mais apenas por diversão, e sim para aprender e melhorar. A responsabilidade aumentou.

Nesta edição do CBLoL, todos os times são obrigados a inscrever de dois a cinco reservas para evitar que os participantes percam pontos durante a disputa da competição por conta de mudanças na line-up, como aconteceu na primeira etapa do ano. 

De acordo com o treinador da KaBuM.Black, Ednilson “Jukaah” Vargas, a equipe não quis levantar nenhuma bandeira de inclusão feminina na modalidade e a chamou para a reserva por conta da habilidade dela. "Não foi uma iniciativa de: 'Nossa, vamos chamar uma mulher'. Tínhamos que ter um suporte como reserva. Ela era nossa melhor opção. Ela joga muito bem, o time confia nela, e joga com o Matsukaze sempre, então já estão entrosados".


O entrosamento dos dois, aliás, vai além do game, pois são namorados na vida real. Pedro "Matsukaze" Gama é o AD Carry do time, que, na comparação com o futebol, corresponderia ao atacante, sendo responsável pela finalização nos momentos decisivos das partidas. O jovem se tornou a principal revelação do 1º Split do CBLoL com atuações consistentes, apesar de também ser novato.

Matsukaze e Revy se conheceram em novembro do ano passado. Foi em uma partida ranqueada de times que a história deles começou a ser escrita. Quando conheceu o LoL, Revy era Mid Laner e depois passou por outras posições. Mas, certo dia, um amigo a convidou para participar de uma partida em que só havia uma role vaga, a de Support, bem ao lado de Matsukaze. De tanto jogarem juntos, os dois se envolveram sentimentalmente e, em março deste ano, passaram a namorar. "É até melhor do que namorar um que não joga. Eu estou tranquila sobre esse papo de 'maria elo'. Eu tenho elo, só sobrou a 'maria'. Vão precisar achar outra coisa para eu ser".

Esta será a primeira vez da jogadora em uma equipe de League of Legends. Revy, que atualmente está no elo Challenger (o mais alto ranking do jogo), já recebeu várias propostas, inclusive de times que disputaram o 1º Split do CBLoL, mas as rejeitou porque não se sentiria confortável se tivesse que enfrentar o namorado.

Mesmo estando inscrita no Brasileiro, Revy continuará na universidade e tentará conciliar os estudos com os treinos. Ela afirma que deixaria a carreira acadêmica de lado para se dedicar como cyber-atleta, caso necessário, mas acredita que ainda não está 100% pronta para o atual nível do Campeonato Brasileiro. "Até hoje não me sinto preparada o suficiente para jogar no nível do CBLoL. Por isso preciso treinar muito", afirma Revy, que é reserva de Martin "Espeon" Gonçalves, experiente jogador do cenário brasileiro.

Em outros jogos em que as mulheres já têm mais espaço, como o Counter-Strike, por exemplo, a diferença de nível entre os sexos ainda é grande. Para Revy, no League of Legends, a maioria das meninas joga apenas por diversão e não almenja o competitivo. Ela acredita que qualquer mulher que se dedicar para jogar em alto nível será capaz de chamar atenção das principais equipes.

"Mecanicamente falando não tem ou pelo menos eu nunca vi qual poderia ser a diferença entre homens e mulheres; É mais fácil ver pelos campeões que usam do que pela mecânica. Se mulher colocasse na cabeça que também quer aprender a jogar e usasse seu tempo para isso, sem duvida teríamos muito mais mulheres no cenário", opina.

O anúncio de um nome feminino surpreendeu a comunidade e pode dar início a um novo ciclo no League of Legends brasileiro. A entrada de Revy para a KaBuM.Black é o primeiro passo no caminho por onde podem passar outras meninas no competitivo nacional.

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