Escolhemos alguns jogos que tem ideias promissoras, mas não são tiros certos, pelo menos ainda
Alguns games já são anunciados com a certeza de que as notas não vão
cair muito abaixo do nove. Franquias consagradas e seguras acabam sempre
dando aquela sensação de que está tudo certo, mas alguns games trazem
aquela pulga atrás da orelha: será que isso vai funcionar? Será que essa
é a direção a seguir?
Por isso, escolhemos 10 jogos que podem ir
para qualquer lado nas escalas de review. Podem ser sopros de ar fresco
em franquias cansadas, ou podem perverter ideias consagradas. Podem ser
novas e boas ideias ou jogadas de marketing pretensiosas e
mal-implementadas. Fique de olho nestes títulos antes de abrir a
carteira.
Final Fantasy XIII-2 | Square Enix | Janeiro de 2012 | PS3, Xbox 360
O
lançamento de um novo Final Fantasy geralmente era acompanhado de
chuvas de elogios, tanto da crítica especializada quanto dos ardorosos
fãs. Mas de alguns games para cá, a franquia parece ter perdido o toque
de Midas e começou a gerar mais detratores. “FF XI” foi uma desastrada
investida no mundo online e, embora “FF XII” tenha sido bastante
elogiado, “FF XIII” dividiu a fiel base de fãs com uma revolução na
jogabilidade.
Além disso, vale lembrar que FF XIII-2 é apenas a
segunda continuação direta na história da franquia, a primeira sendo FF
X-2, considerado um dos piores jogos da série de RPGs.
Binary Domain | SEGA | Fevereiro de 2012 | PS3, Xbox 360“Binary
Domain”, de cara, parece apenas mais um clone de Gears of War, com
gráficos apenas competentes e sem nenhum mérito próprio, um oceano raso
de mediocridade e falta de criatividade. OK, fuzilar robôs é divertido
quase que por natureza, mas é só isso?Parece que não. A carta na manga
de Binary Domain é seu sistema de relacionamento entre soldados, algo
que pode alterar o curso das batalhas dependendo de como seu personagem
interage com seus companheiros. Se der certo, pode ser uma nova guinada
para os games de ação, mas o risco é grande de ser uma mecânica quebrada
ou apenas marketeira.
XCOM | 2K Games | Março de 2012 | PS3, Xbox 360, PCPegue
uma franquia adorada pelo segmento mais hardcore de jogadores e jogue
grande parte de suas mecânicas no lixo. Essa foi a ideia da 2K no reboot
da série XCOM, que mostra agentes humanos enfrentando alienígenas que
estão invadindo a Terra.
No lugar da estratégia por turnos do original,
um sistema de tiro em primeira pessoa com ênfase em controle de
esquadrões.Embora esse jogo seja uma espécie de traição para os fãs da
série original, não dá para negar que o novo XCOM parece interessante,
com uma atmosfera bem trabalhada e interações interessantes com as
tecnologias alienígenas.
Lollipop Chainsaw | Grasshopper Manufacture | Sem data de lançamento | PS3, Xbox 360
Suda
51 é insano. Como uma espécie de Tarantino ainda mais amalucado, o
designer japonês gosta de enfiar referências pop, violência cartunesca e
mecânicas de ação simples em seus jogos. “Lollipop Chainsaw” não parece
muito diferente, com uma animadora de torcida enfrentando hordas de
zumbis em um colégio abandonado.
A grande questão é: o que separa
“Lollipop Chainsaw” de outros games de ação? Existe alguma forma de
Suda, conhecido pelo estilo, conseguir triunfar também na substância?
Será que o game pode ter alguma profundidade além do choque visual?
Ainda não dá pra saber.
Assassin's Creed 3 | Ubisoft | Sem data de lançamento | PS3, Xbox 360, PC
Depois
de quatro games, “Assassin’s Creed” já começa a caducar. A história de
Ezio foi alongada de uma forma quase cômica pela Ubisoft, que espalhou
as aventuras do assassino italiano em três games, enquanto mantinha
Desmond sem um pingo de carisma e com pouco desenvolvimento.
Para o
terceiro game, que ainda não tem muitos detalhes, a Ubisoft prometeu
mudar o cenário e o protagonista, mas pode não ser o bastante. A
história está virando um rocambole sem sentido e Desmond não tem força
para carregar a trama, além da engine estar no limite. Talvez seja
melhor que a série requiescat in pace (descanse em paz).
Tomb Raider | Crystal Dynamics | Segundo semestre de 2012 | PS3, Xbox 360, PC
“Tomb
Raider” já foi uma das maiores franquias do mundo, mas Lara Croft,
apesar de se esforçar nas duas últimas gerações, acabou se tornando uma
espécie de ícone anacrônico de uma era na qual peitos pixelados eram
suficientes. O reboot da série, no entanto, promete conferir à heroína
uma personalidade mais realista, com Lara tentando simplesmente
sobreviver após um naufrágio em uma ilha deserta.
Ainda assim,
algumas dúvidas pairam sobre a jogabilidade. É cedo ainda para saber se
vai ser uma narrativa mais focada ou um mundo mais aberto, com vários
caminhos para explorar e, considerando o histórico recente de
mediocridade, fica difícil apostar 100% no retorno da srta. Croft.
Silent Hill: Downpour | Konami | Março de 2012 | PS3, Xbox 360
“Silent
Hill” chocou o mundo com uma atmosfera extremamente macabra no distante
PlayStation. No PS2, “Silent Hill 2” mostrou como uma narrativa pode
ser extremamente assustadora em um console e a série é um dos pilares do
survival horror.
O problema é que o estúdio por trás de
“Downpour”, o pouco conhecido Vatra, da República Tcheca, está
desenvolvendo as mecânicas de um jeito extremamente vintage. Por um
lado, isso significa muitos sustos e uma atmosfera aterradora. Por
outro, significa trazer uma interface meia boca e uma jogabilidade
esquisita. Dá pra saber que a visita a Silent Hill vai ser um pesadelo,
só não dá pra saber se isso é de um jeito bom ou ruim.
Brothers in Arms: Furious 4 | Gearbox Software | Segundo semestre de 2012 | PC, PS3, Xbox 360
A
franquia “Brothers in Arms” é caracterizada por tentar representar
combates na Segunda Guerra Mundial com extremo realismo, inclusive nas
intensas relações humanas entre os soldados, tudo isso com uma mecânica
que privilegia mais a estratégia e o posicionamento de linhas de fogo do
que um gatilho rápido. “Furious 4” joga isso tudo pela janela.
Se
“Brothers in Arms” tentava ser “Band of Brothers”, “Furious 4” é uma
mistura de “Team Fortress 2” com “Bastardos Inglórios”. Com um elenco de
protagonistas caricatos e um foco maior em ação, o game parece
divertido, mas parece não trazer semelhança alguma com o que a série fez
de melhor.
Metal Gear Rising: Revengeance | Konami/Platinum Games | Sem data de lançamento | PS3, Xbox 360
Em
primeiro lugar, vamos esquecer que “Revengeance” é provavelmente uma
das piores palavras de todos os tempos. O game apareceu na E3 em 2010,
prometendo uma mecânica inovadora, na qual o jogador podia cortar tudo
de forma dinâmica: inimigos, pilastras, carros, o que tivesse na frente.
Depois
disso, o jogo entrou em um limbo e muita gente achou que o projeto iria
para o buraco. Inclusive dentro da Konami. A equipe, não sabendo o que
fazer com o projeto, pediu ajuda da Platinum Games e emergiu com um
conceito menos ambicioso, uma espécie de Ninja Gaiden cibernético,
dentro do universo “Metal Gear”. Parece ok, mas... simplesmente ok.
The Last Guardian | Team ICO | Sem data de lançamento | PS3
O
Team ICO até agora não deu ponto sem nó, mas nenhum game do estúdio
teve um design tão ambicioso e um desenvolvimento tão problemático.
Anunciado há anos, o game foi adiado em 2011 mais uma vez. Não apareceu
na TGS e ainda está envolto em mistério.
Na equipe de produção,
duas baixas importantes: Yoshifusa Hayama, produtor executivo do game,
abandonou a equipe e, ainda mais preocupante, Fumito Ueda, saiu da
equipe e está trabalhando por contrato. O que isso significa para o
game? Ainda não dá para dizer, mas esperemos que o resultado não seja
comprometido.
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