TUDO EM REVOLUÇÃO
Anos 90... Após o lançamento de Final Fantasy VI e VII,
muitos que tiveram o prazer de conhecer tais jogos em seu primeiro
momento pensaram que seria muito difícil que sua produtora Squaresoft
tivesse ainda criatividade para lançar novos jogos tão bons,
imaginativos e memoráveis quanto esses dois jogos foram, principalmente
no aspecto de história, música e personagens.
Porém, vivendo sob uma
política na qual a produtora estava mais preocupada com a qualidade
artística de seus produtos do que com o lucro que eles trariam e com
seus artistas possuindo liberdade de trabalho e atuação total dentro da
empresa, a Squaresoft não só impressionou novamente o mundo ao lançar
novos jogos que foram considerados verdadeiras obras primas de nosso
tempo, como permaneceram em passos de uma verdadeira revolução no mundo
do entretenimento tecnológico, mostrando possibilidades que muitos não
imaginavam ver em jogos de vídeo games, e após o gigantesco sucesso de
FFVII no mundo inteiro, o qual vendeu cerca de 11 à 12 milhões de cópias
até hoje, a produtora ainda surpreendeu o mundo com novos lançamentos
que marcaram toda uma geração através de Final Fantasy Tactics,
Xenogears, Brave Fencer Musashi, Final Fantasy VIII, Final Fantasy IX,
Chrono Cross e por fim Final Fantasy X em 2001, além de outros jogos
importantes, mas de menor impacto.
A série teve muitos vídeos de muito sucesso no Youtube, mas por questões de direitos autorais foram removidos e dentre dos que sobraram, por enquanto, o fim de FFX está entre os mais acessados com cerca de 5 milhões e meio de views e comentários constantes, algo espetacular se tratando de um pequeno pedaço de uma obra de entretenimento já antiga.
Todos os Final Fantasys antigos trouxeram algum tipo de mensagem edificadora que poderia ser facilmente observada após uma reflexão ao terminar um jogo da série, dentre os principais jogos:
FFVI: Aqui vemos os perigos que a ganância desequilibrada por poder pode trazer a toda humanidade.
FFVII: O mais querido episódio da série traz a mensagem de quanto à humanidade na sede por tecnologia pode ser imprudente na execução disso, matando o planeta e suas fontes de energia aos poucos.
FFVIII: Como duas pessoas completamente diferentes podem chegar no ponto de se descobrirem almas gêmeas no amor, bastando apenas um se abrindo ao outro e ignorando suas diferenças e defeitos.
FFIX: A força que uma amizade verdadeira e ausência de preconceitos pelas diferenças pode gerar em um grupo na batalha contra qualquer desafio.
FFX: O perigo da crença cega e burra em religiões. FFX faz uma viagem em busca de mostrar que às vezes aquilo que acreditamos durante toda uma vida, pode ser uma absoluta mentira. Ao contrário do que alguns ateus mencionam, o jogo não ensina que devemos por fim crer que Deus não existe, mas que devemos entender o que de fato é verdade ou não em meio ao que nossos pais e as religiões nos fizeram acreditar.
Após o fim da produção de FFX em 2001, muitas mudanças de interesses começaram a ocorrer na Squaresoft e mesmo tendo lucrado fortunas com todos os jogos lançados, além de suas trilhas sonoras, bonecos, roupas, comerciais, acessórios e etc, uma fusão com sua então principal concorrente no Japão, a Enix, se mostrou interessante em busca de aumentar os lucros da empresa e gerar um suposto amadurecimento em seus negócios.
Um outro fator também pesou na decisão, na época o criador da série Final Fantasy, Hironobu Sakagushi, havia investido centenas de milhões de dólares na criação de um filme com a marca Final Fantasy em um estúdio totalmente novo no Hawai e que tinha um quê de revolucionário por ter sido o primeiro filme totalmente em computação gráfica em que os personagens e cenários eram facilmente confundidos com algo real.
O filme foi muito bem produzido e com uma ótima trama, mas por terem ignorado praticamente todos os valores de sucesso dos jogos e terem criado uma história um tanto Hollywoodiana, ele apelou pouquíssimo para os fãs da série que fizeram duras críticas na época e terminou sendo um fracasso de bilheteria principalmente devido ao boca a boca, causando enormes prejuízos à produtora e o fechamento do estudo no Hawai.
Diante dessa situação, dos altos custos de produção de jogos com a nova geração de vídeo games e das novas ambições da presidência da empresa, o criador de Final Fantasy perdeu poderes de influência e com isso ocorreu a fusão entre ambas as empresas com a promessa do lançamento de uma quantidade maior e melhor de jogos de grande qualidade por ano. Até então para os fãs, não parecia estar ocorrendo algo tão preocupante assim, mas em pouco tempo os resultados começaram a aparecer com uma política de reciclagem de jogos, prostituição da marca Final Fantasy e uma quantidade de jogos lançados muito aquém do que foi prometido e do que ocorria na era Squaresoft, com a diferença que desses novos jogos, nenhum mantinha o padrão de qualidade nem mesmo próximo do que foi um dia.
Houve também um verdadeiro êxodo de gênios e artistas excelentes da empresa, por não terem aceitado as novas políticas e visões da produtora, alguns fundaram suas próprias produtoras, se juntaram a outras ou simplesmente sumiram.
Atualmente com a marca Final Fantasy estando em seu pior momento, não existe mais um grande otimismo entre os fãs. FFXI, FFXII e FFXIII foram grandes e importantes produções, mas que criaram uma gigantesca rixa de goste ou odeie entre os que jogaram, refletindo um tempo muito diferente do que foi na época de ouro, além de FFXI e XIV serem jogos exclusivamente online, com mensalidade e sem um foco especial no desenvolvimento de uma história, diminuindo muito o alcance de público.
Para piorar FFXIV se mostrou um verdadeiro caos em qualidade, provocando até a vinda do presidente da Square-Enix em público para dizer que o jogo envergonha e mancha o nome da série e prometeu que tentará revitalizar a série nos próximos jogos, além da demissão de boa parte da equipe que o desenvolveu.
O criador e detentor dos direitos da série Final Fantasy, Hironobu Sakagushi, tem dito em público que se recusa a jogar os novos jogos pós-fusão da empresa, pois repudia as ideias utilizadas e a forma como eles têm sido produzidos e pode até vir a retirar a série Final Fantasy das mãos da Square-Enix e aposentá-la.
O principal responsável pela alma da série, o brilhante e genial compositor Nobuo Uematsu que também deixou a Square durante o êxodo após a fusão, apesar de ainda contribuir com as músicas tema dos novos jogos, não quis mais compor totalmente para a série alegando não se identificar com as novas ideias dos jogos. Ele recentemente participou da composição de FFXIV, mas por ser o jogo mais problemático de toda a série, pouco tem sido comentado sobre suas composições nesse complicado retorno.
Por fim, diante de tudo isso, muitos consideram que Final Fantasy X foi o último grande Final Fantasy e nesse 17 de dezembro de 2011 faz 10 anos que ele foi lançado em inglês no ocidente, o lançamento original em japonês ocorreu alguns meses antes.
Fica ai os meus parabéns a Final Fantasy X e ao fim da época de ouro dessa série que sem dúvida foi um dos marcos artísticos, criativos e tecnológicos de nosso tempo e que certamente influencia até hoje milhares de artistas diversos por todo o mundo e tem seus jogos antigos como alguns dos que permanecem mais jogados e comentados entre todos que foram lançados no mundo dos games desde os anos 70!
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