Se o Keyd Stars vencer o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) 2015, precisará substituir André "esA" Pavezzi para o International Wildcard e, caso avance, para o Campeonato Mundial.
O AD Carry está suspenso de competições internacionais até que o
imbróglio envolvendo sua transferência seja resolvido, de acordo com a Riot Games Brasil.
A KaBuM cobra na Justiça o pagamento da multa rescisória, estipulada em R$ 30 mil, e de indenização por danos materiais por conta da saída de esA, que deixou a line-up da KaBuM.Orange,
em abril, para integrar o Keyd Stars, sem rescindir formalmente seu
contrato. Como as duas organizações não entraram em acordo quanto à
quitação da multa, o caso culminou em ação judicial, que corre na 1ª
Vara Cível de Limeira.
Apesar de estar liberado para participar
dos torneios no Brasil, esA não poderá disputar campeonatos
internacionais organizados pela Riot Games enquanto Keyd e KaBuM não se
acertarem. "Os torneios inter-regionais atendem às regras definidas pelo
escritório Central, que incluem as condições da política global de
"anti-poaching". Portanto, até que o impasse entre as organizações seja
resolvido, o jogador não poderá participar de nenhuma competição
inter-regional, incluindo o Desafio Internacional (Wildcard) e o
Mundial", informou a Riot brasileira ao MyCNB, confirmando o que havia divulgado a KaBuM em comunicado na semana passada.
De acordo com a política de
"anti-poaching", diretores e cyber-atletas de uma equipe não podem
negociar ou fazer propostas diretamente para membros de outro time. O
dono dessa organização precisa ser primeiramente informado sobre o
interesse para abrir negociação. Da mesma maneira, o jogador que esteja
com contrato vigente não pode ir atrás de outra equipe sem conhecimento
de sua staff. "No caso de discussões sobre emprego que não foram
sancionadas pela administrações das duas equipes, tanto quem está
aliciando quanto quem está sendo aliciado estarão sujeitos a
penalidades", anunciou a empresa, em junho.
No processo que moveu, a KaBuM disse
que a contratação de esA "demandou grande investimento financeiro" e
acusou o Keyd Stars de tê-lo aliciado, porque a organização não teria
sido procurada para negociar a transferência do cyber-atleta. "A Keyd
Stars agiu desonestamente, na medida em que, sem o conhecimento da
Autora [KaBuM], aliciou seu jogador, fazendo propostas para que este
fizesse parte de seu time [...]. Esse comportamento condenável
prejudicou a relação contratual [...]. Se não fosse o aliciamento
promovido, a Autoria poderia contar hoje com os serviços do primeiro
Requerido [esA], que, certamente, renderiam-lhe títulos, prêmios,
reconhecimento e promoção à sua equipe KaBuM! e-Sports".
Diretor do Keyd Stars, André Pontes
afirmou ao MyCNB que a organização só começou a efetivamente negociar
com esA depois de o jogador ter informado seu desligamento à KaBuM. Na contestação à ação da KaBuM,
o departamento jurídico da organização sustentou que o próprio jogador é
quem procurou a equipe em busca de uma oportunidade, pois não estaria
satisfeito na KaBuM.Orange por conta de supostas irregularidades no
pagamento do salário. O Keyd pediu que o processo seja remetido à
Justiça do Trabalho.
Uma segunda ação chegou a ser protocolada
pela KaBuM, requisitando que esA fosse impedido de continur disputando o
CBLoL pelo Keyd porque ainda estaria com contrato vigente com a equipe,
mas a Justiça entendeu que o processo não era necessário e, por isso, o extinguiu. A ação principal continua em trâmite.
Procurado novamente pelo MyCNB, o
diretor do Keyd disse que não perde as esperanças de contar com esA nos
torneios internacionais. "Pelo jogador a Keyd fará o que for melhor. Não
pretendemos substitui-lo", afirmou, dando a entender que a organização
busca se acertar com a KaBuM. "A Keyd desde o início tentou uma
resolução amigável e, mesmo agora, é o que ainda procuramos".
No Brasil
No Brasil, não há regulamentação
específica para transações de cyber-atletas. O regulamento do CBLoL, que
pauta as ações da Riot Games Brasil, não trata do assunto. Em junho, o
gerente de e-sports da Riot brasileira, Philipe "PH Suman" Monteiro, disse ao MyCNB que a empresa não tinha poder para interferir nas negociações.
"O regulamento do CBLoL é o instrumento
que rege tudo que acontece na competição e determina uma data limite
para que se efetuem transferências e as escalações sejam apresentadas,
mas os times são organizações independentes e a Riot não pode interferir
diretamente nas negociações entre elas", afirmou PH Suman por e-mail,
na época. "O que conseguimos fazer é recomendar boas práticas às
organizações, com base na experiência de outras regiões, para evitar que
tenhamos casos em que jogadores ou equipes se sintam prejudicados".
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